Wednesday, July 29, 2009

Tuesday, July 28, 2009

Monday, July 27, 2009

Sunday, July 26, 2009

Saturday, July 25, 2009

Friday, July 24, 2009

Thursday, July 23, 2009




Sempre distante amor e perto anseio

Sempre distante amor e perto anseio,
e triste descambar do adeus e a ida
em promessa que apenas prometida
tanto levou do ser que o fez alheio.

De outra morte morrer, opõe receio?
Morre um morto após si, já em seguida
à perda ao largo de alma tão perdida?
Mortos são os que morrem vida em meio.

São os vivos de amor, que amor esquece,
e, súbito, na morte amadurece
antes de tudo mais que vai morrendo.

Feridos numa dor que está vivendo
no arrastar em gemido e em passo tardo,
ter sido, mais que ser, terrível fardo.



Maria Ângela Alvim

Wednesday, July 22, 2009

Quem escreve

Quem escreve quer morrer, quer renascer

num ébrio barco de calma confiança.

Quem escreve quer dormir em ombros matinais

e na boca das coisas ser lágrima animal

ou o sorriso da árvore. Quem escreve

quer ser terra sobre terra, solidão

adorada, resplandecente, odor de morte

e o rumor do sol, a sede da serpente,

o sopro sobre o muro, as pedras sem caminho,

o negro meio-dia sobre os olhos.



António Ramos Rosa

Tuesday, July 21, 2009




Pretextos para fugir do real

A uma luz perigosa como água
De sonho e assalto
Subindo ao teu corpo real
Recordo-te
E és a mesma
Ternura quase impossível
De suportar
Por isso fecho os olhos
(O amor faz-me recuperar incessantemente o poder da
provocação. É assim que te faço arder triunfalmente
onde e quando quero. Basta-me fechar os olhos)
Por isso fecho os olhos
E convido a noite para a minha cama
Convido-a a tornar-se tocante
Familiar concreta
Como um corpo decifrado de mulher
E sob a forma desejada
A noite deita-se comigo
E é a tua ausência
Nua nos meus braços

*

Experimento um grito
Contra o teu silêncio
Experimento um silêncio
Entro e saio
De mãos pálidas nos bolsos



Alexandre O´Neill

Thursday, July 16, 2009

Monday, July 13, 2009

Sunday, July 12, 2009

Saturday, July 11, 2009

Friday, July 10, 2009

Thursday, July 9, 2009



Happiness is silent, or speaks equivocally for friends,
Grief is explicit and her song never ends,
Happiness is like England, and will not state a case,
Grief, like Guilt, rushes in and talks apace.

Stevie Smith

Thursday, July 2, 2009

hello, how are you?

this fear of being what they are:
dead.

at least they are not out on the street, they
are careful to stay indoors, those
pasty mad who sit alone before their tv sets,
their lives full of canned, mutilated laughter.

their ideal neighborhood
of parked cars
of little green lawns
of little homes
the little doors that open and close
as their relatives visit
throughout the holidays
the doors closing
behind the dying who die so slowly
behind the dead who are still alive
in your quiet average neighborhood
of winding streets
of agony
of confusion
of horror
of fear
of ignorance.

a dog standing behind a fence.

a man silent at the window.

Charles Bukowski