Tuesday, July 22, 2008
1
¿La ola no tiene forma?
En un instante se esculpe
y en otro se desmorona
en la que emerge, redonda.
Su movimiento es su forma.
2
Las olas se retiran
?ancas, espaldas, nucas?
pero vuelven las olas
?pechos, bocas, espumas?.
3
Muere de sed el mar.
Se retuerce, sin nadie,
en su lecho de rocas.
Muere de sed de aire.
Octavio Paz
¿La ola no tiene forma?
En un instante se esculpe
y en otro se desmorona
en la que emerge, redonda.
Su movimiento es su forma.
2
Las olas se retiran
?ancas, espaldas, nucas?
pero vuelven las olas
?pechos, bocas, espumas?.
3
Muere de sed el mar.
Se retuerce, sin nadie,
en su lecho de rocas.
Muere de sed de aire.
Octavio Paz
John Lee Hooker, It serves me right to suffer
Tuesday, July 15, 2008
Quando Eu Partir
Quando eu partir, quando eu partir de novo
A alma e o corpo unidos,
Num último e derradeiro esforço de criação;
Quando eu partir...
Como se um outro ser nascesse
De uma crisália prestes a morrer sobre um muro estéril,
E sem que o milagre se abrisse
As janelas da vida. . .
Então pertencer-me-ei.
Na minha solidão, as minhas lágrimas
Hão de ter o gosto dos horizontes sonhados na adolescência,
E eu serei o senhor da minha própria liberdade.
Nada ficará no lugar que eu ocupei.
O último adeus virá daquelas mãos abertas
Que hão de abençoar um mundo renegado
No silêncio de uma noite em que um navio
Me levará para sempre.
Mas ali
Hei de habitar no coração de certos que me amaram;
Ali hei de ser eu como eles próprios me sonharam;
Irremediavelmente...
Para sempre.
Quando eu partir, quando eu partir de novo
A alma e o corpo unidos,
Num último e derradeiro esforço de criação;
Quando eu partir...
Como se um outro ser nascesse
De uma crisália prestes a morrer sobre um muro estéril,
E sem que o milagre se abrisse
As janelas da vida. . .
Então pertencer-me-ei.
Na minha solidão, as minhas lágrimas
Hão de ter o gosto dos horizontes sonhados na adolescência,
E eu serei o senhor da minha própria liberdade.
Nada ficará no lugar que eu ocupei.
O último adeus virá daquelas mãos abertas
Que hão de abençoar um mundo renegado
No silêncio de uma noite em que um navio
Me levará para sempre.
Mas ali
Hei de habitar no coração de certos que me amaram;
Ali hei de ser eu como eles próprios me sonharam;
Irremediavelmente...
Para sempre.
Ruy Cinatti
Monday, July 14, 2008
Surdo, Subterrâneo Rio
Surdo, subterrâneo rio de palavras
me corre lento pelo corpo todo;
amor sem margens onde a lua rompe
e nimba de luar o próprio lodo.
Correr do tempo ou só rumor do frio
onde o amor se perde e a razão de amar
surdo, subterrâneo, impiedoso rio,
para onde vais, sem eu poder ficar?
Eugénio de Andrade
Thursday, July 10, 2008
Tuesday, July 8, 2008
Tuesday, July 1, 2008
Dream Deferred
What happens to a dream deferred?
Does it dry up
Like a raisin in the sun?
Or fester like a sore-
And then run?
Does it stink like rotten meat?
Or crust and sugar over--
like a syrupy sweet?
Maybe it just sags
like a heavy load.
Or does it explode?
Langston Hughes
Sonho adiado
O que acontece a um sonho adiado?
Será que seca
Como uma uva ao sol?
Ou infecta como uma ferida
e depois segrega?
Empesta, como carne podre
Ou forma uma crosta doce
como um doce xaroposo?
Talvez simplesmente descaia
como um fardo pesado.
Ou será que explode?
Langston Hughes
What happens to a dream deferred?
Does it dry up
Like a raisin in the sun?
Or fester like a sore-
And then run?
Does it stink like rotten meat?
Or crust and sugar over--
like a syrupy sweet?
Maybe it just sags
like a heavy load.
Or does it explode?
Langston Hughes
Sonho adiado
O que acontece a um sonho adiado?
Será que seca
Como uma uva ao sol?
Ou infecta como uma ferida
e depois segrega?
Empesta, como carne podre
Ou forma uma crosta doce
como um doce xaroposo?
Talvez simplesmente descaia
como um fardo pesado.
Ou será que explode?
Langston Hughes
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