Thursday, March 13, 2008



Ofício de Amar

Já não necessito de ti
Tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
Tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio
De outras galáxias, e o remorso.....

.....um dia pressenti a música estelar das pedras
abandonei-me ao silencio.....
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas

ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade do meu próprio corpo.

Al Berto

3 comments:

Patricia Almeida Alves said...

Lovely!|
Amei o poema!
Estavas inspirada... é ver te de novo entregue ao abraço da poesia... quero mais!

Ikki said...

Encontrei o blog procurando uma pintura e me deparo com um blog com várias delas e ótimos poemas, adorei.

Passionária said...

O mérito foi apenas de escolher Al Berto, um dos poetas que mais amo. E com as coisas dele, difícil é escolher um que não preste...

Ikki, muito obrigada, volte sempre :)